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Lakers faz o possível

De todo o time bi-campeão do Lakers em 2009 e 2010, duas peças-chave não estão mais no elenco: Lamar Odom e Derek Fisher. Depois da troca frustrada por Chris Paul, Odom ficou todo ofendidinho e pediu para ser trocado, foi embora por uma escolha de 1ª rodada do Mavs. E hoje, agora há pouco, no dia final de trocas, essa troca adquirida por Odom, junto de Derek Fisher, foi enviada para o Houston Rockets em troca de Jordan Hill. É isso, o Lakers abriu mão de duas peças importantes do seu time para ter Jordan Hill e economizar dinheiro. Bizarro que o time ainda tenha talento para estar lá em cima no Oeste.

A troca de Odom é sem comentários, mas Fisher por Jordan Hill não é ruim se você pensar de maneira bem objetiva. Já que a troca de Steve Blake por Michael Beasley não aconteceu, o time ainda tinha armadores no elenco e não precisava de Fisher, que tinha cada vez menos espaço e tempo de quadra com Mike Brown. Por outro lado o time estava desesperado por ajuda no garrafão, já que o experimento de Josh McRoberts e Troy Murphy conseguiu ser mil vezes pior do que o esperado, que já não era grande coisa. Jordan Hill nunca deveria ter sido escolha Top 10 de Draft como foi, mas é bom defensor, reboteiro, raçudo, nada mal para vir do banco de reservas e deixar Andrew Bynum descansar aqueles joelhos.

O problema está no fora da quadra, longe do papel. Derek Fisher é o líder do Lakers, se comunica com o grupo melhor que Kobe, que é respeitado de outro jeito, de longe, por seus companheiros. Além de que Fisher foi draftado junto com Kobe em 1997 e jogaram juntos por quase toda carreira, com exceção dos dois anos que Fisher se aventurou por Warriors e Jazz. Só ele tinha moral pra chamar o Kobe de lado pra um papo sério. Não deve ser fácil ver o jogador mais velho do time ser trocado dessa forma, difícil prever como vão reagir. Se vocês lembram do impacto psicológico da saída de Kendrick Perkins do Celtics do ano passado devem imaginar que mandar Fisher para outro time pode ser algo arriscado. E para os que acham que o Rockets vai dispensar Fisher, que voltaria para o Lakers, um aviso: Não pode. Pelas novas regras isso não é permitido, o Rockets pode até dispensar ele, mas Fisher estaria liberado apenas para ir para outros times, não o Lakers.

E quando disse que o Lakers tinha armadores o bastante e poderia trocar Fisher, falei isso porque mais cedo o time havia mandado Luke Walton, Jason Kapono e sua própria escolha de Draft desse ano para o Cavs em troca de Christian Eyenga e Ramon Sessions. Foi uma troca fantástica para o Lakers! Um time que quer ganhar agora não liga de perder uma escolha de Draft que vai trazer um adolescente espinhento, ao mesmo tempo conseguiram se livrar do seu pior contrato, o de Luke Walton: 6 milhões de dólares nessa temporada, 7 milhões na próxima. Irgh! E ainda ganham de brinde o Eyenga, que tem um físico impressionante e até pode entrar na rotação.

Ramon Sessions não é Chris Paul, que quase chegou em dezembro, ou Deron Williams, o sonho de consumo, mas é um bom armador. Mike Brown já deu a entender que quer que Kobe Bryant jogue mais sem a bola e Sessions pode ser importante para isso. Sem contar que ele é ótimo no pick-and-roll, uma jogada que o Lakers usa pouco. O time hoje tem média de 12 pontos por jogo em pick-and-rolls, só Sessions sozinho tem média de 9 pelo Cavs. Nos chutes de longa distância, outro problema do Lakers, Sessions tem aproveitamento bom, 40%, mas só chuta se estiver completamente livre e com espaço, não é um especialista. Melhor que nada! Ótima troca para o Lakers, acho que Sessions era o melhor armador disponível para o time. Para conseguir coisa melhor só se livrando de Pau Gasol ou Andrew Bynum, o que eu consideraria um erro. E o bônus de se livrar de Luke Walton não tem preço, ou tem, 7 milhões de verdinhas.

Para o Cavs é que a troca fez um pouco menos sentido, mas não foi absurda. Com Kyrie Irving no time eles não precisam de Sessions e foram legais com o jogador ao deixá-lo ir para um time em que poderá ser relevante. Em troca pegaram o que queriam, uma escolha de Draft de 1ª rodada. Times em reconstrução dão a vida por escolhas assim, não ligam de perder bons role players. Pegar o contrato do Luke Walton pareceu pesado, mas eles tem muito espaço salarial no ano que vem já que anistiaram Baron Davis e Antawn Jamison vira Free Agent. Dá pra segurar ele por lá sem comprometer contratações de Free Agents e até trocá-lo, já que um contrato ruim assim fica mais fácil de negociar no seu último ano. Em primeiro momento pareceu que o Cavs abriu mão de muita coisa por uma escolha de Draft, mas na prática perder Eyenga e ganhar Walton não muda nada pra eles.


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